sábado, 31 de outubro de 2009

Inveja branca

Se negra eu tivesse sido
De olhar verde, comprido
Sinuoso, sedutor
Traria preso o cabelo
Trançado com muito zelo
Por mãos que sabem do amor.
De cem contas coloridas
Com fitas por mim tecidas.
Teria lindos colares
Ao colo atraindo olhares
Um generoso decote
Na cintura um laçarote
Pousado sobre os quadris.
Quem sabe um jeito de atriz.
Bem coladinho um vestido
Que talvez tivesse sido
Para algum corpo menor.
Teria a lábia de cor
Tamancos de salto alto
Muita cadência no asfalto
No andar bamboleante.
Segura, firme, falante
De cima olharia o mundo
Que tornado vagabundo
Ao certo se curvaria.
Pura malícia eu seria
Quando eu sorrisse feliz
E os homens pedindo bis.
Mas Deus não dá asa a cobra
Não tenho carne de sobra
Não tenho a cor do pecado
Não tenho samba gingado.
Pra ser assim sem defeito
Teria que ter no peito
Um coração de criança
Uma voz suave e mansa
Que a vida faria doce
Mesmo que dura fosse
Daria a tudo um sabor
Se negra eu tivesse sido
De olhar verde, comprido
Sinuoso, sedutor.

2 comentários:

Sabrine d'Aubergine disse...

Ciao! Chissà se riuscirò a imparare un po' di portoghese leggendo le pagine di questo tuo blog? Ho anche un paio di cugini da quelle parti, ma... lo spagnolo sì, il portoghese no. Perché? Ci provo e intanto: complimenti per il blog! A presto
Sabrine

Deborah Jappelli disse...

Ciao, piacere di conoscerti...! Devo trovare il tempo di tradurre i post...anche per i miei tanti amici italiani, ma é che quando scrivi di getto, poi é molto antipatico tradurre...
Ma lo faró, appena termino questo trasloco. Ho adorato il tuo Blog...ma ancora non ho potuto leggere tutto...
Sto per aprire un ristorante, sicuramente entrerai nel mio menú!!!
(se mi autorizzi, chiaro!).

Un abbraccio, e benvenuta.
Deborah