Amor incondicional. Já desisti faz muito tempo, sei que é uma batalha perdida, sei que não sei amar com este amor e não serei amada deste jeito por pessoa alguma.
Mas elas sabem. Ah se sabem. E não vem me dizer que não é, que elas amam por necessidade, por fome, por querer carinho. Eles amam e ponto. Eles me amam. Toda hora todo dia, de barriga cheia ou vazia, se estou de bem com a vida, se afasto eles aos berros porque estou nervosa, se não olho pra eles por horas e horas porque estou ocupada.
Elas estão aqui: direita, esquerda e atrás. De lado, encostada, quentinha.
Roncando. Bufando. Uma levanta, e vem me chamar. Outra, barulho de unhas tiki tiki tiki...vai pro quarto beber. A terceira faz tremer o assoalho com uma coçada daquelas.
Eu levanto, elas levantam: vamos pra onde agora? Lugar nenhum, estava só pegando uma caneta. Sentam de novo. Cem vezes por dia. Outros mil e um detalhes caninos.
Pequenos detalhes que só quem sabe pode me entender.
O mundo pra mim é dividido entre pessoas que podem entender o que é um cão e os outros. Com os outros não tem graça. E' pior que com um alienígena.
Eu não conheço o mundo deles, sem cães. Como pode ser? Nem imaginar consigo.
Bom, ta tarde. Elas já conhecem o barulho do Windows desligando. Parece incrível mas é assim. É desligar o computador que elas acordam e levantam. Vamos dormir. Tiki tiki tiki vez três. Não troco isso por nada.
Esta noite, antes de dormir, vou pensar a como dormem os alienígenas.
'noite.
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